Situação política na Bielorrússia.

“Eu sei até onde é que o presidente/governo pode ir para manter o seu lugar. Mas eu deixei de ter medo.” ~ Svetlana Tikhanovskaya (na foto, no centro)
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Alexander Lukashenko é presidente da Bielorrússia desde 1994, foi até agora o primeiro e único presidente do país. O seu regime é considerado por muitos o regime mais opaco, repressivo e autoritário da Europa. No regime de Lukashenko os membros da oposição são presos aos milhares, no passado dia 20 de junho, 120 pessoas foram presas em protestos contra o regime, e a polícia política mantém o nome e em grande parte o mesmo modo de funcionamento que tinha quando o país fazia parte da URSS.
Na Bielorrússia estão marcadas novas eleições presidenciais para dia 9 de agosto, nas quais Lukashenko espera ser eleito para o seu sexto mandato e é bem capaz de o conseguir, após ter afastado da corrida os dois candidatos da oposição capazes de lhe fazer frente, Viktor Babariko, afastado por ser acusado de lavagem de dinheiro, e Valeri Tsepkalo, afastado por parte das assinaturas da sua candidatura terem sido consideradas inválidas. Entretanto, Siarhei Tsikhanouski, um famoso youtuber critíco do regime, declarou que também iria avançar com uma candidatura, mas acabou por ser preso durante um protesto.
Agora as mulheres dos três candidatos, Svetlana Tikhanovskaya, Veronika Tsepkalo e Maria Kolesnikova uniram forças para apoiar e dirigir a candidatura da primeira (Svetlana) às presidenciais. Contudo, dizem já esperar que Lukashenko manipule o resultado das eleições de forma a garantir a sua vitória. Desde 1995 que a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa não considera nenhuma das eleições na Bielorrússia justa ou livre.
Porém, a oposição ao atual presidente nunca foi tão forte como agora, o que se deve principalmente à maneira como lidou com a pandemia. À semelhança de Trump e Bolsonaro, Lukashenko começou por desvalorizar a pandemia, sugerindo que vodca chegaria para combater a Covid-19.
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No passado dia 24 de julho, dezenas de bielorrussos residentes em Portugal manifestaram-se junto à embaixada exigindo eleições livres e justas no país.
~Zé

Svetlana Tikhanovskaya (centre), Veronika Tsepkalo (left), and Maria Kolesnikova (right)
Svetlana Tikhanovskaya (centro), Veronika Tsepkalo (esquerda) e Maria Kolesnikova (direita)

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