"Ensina o teu filho a respeitar, não a tua filha a temer." ~.
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Beatriz Lebre, uma jovem de 23 anos, estudante de mestrado no ISCTE, foi assassinada pelo colega, Rúben Couto, no dia 22 de maio. Rúben Couto, alegadamente por ciúmes, matou Beatriz Lebre e depois atirou-a ao rio Tejo. O homem confessou o crime dia 27 e o corpo desfigurado da jovem foi encontrado dois dias depois, a 29 de maio. Mais uma vez, perante um crime de feminicídio, os media e o resto da sociedade descrevem o assassino (homem, branco e privilegiado) como vítima de problemas mentais, um coitadinho, que sempre foi um rapaz exemplar e uma pessoa muito interessante, sendo o crime apenas um deslize. O importante, e o que poucos realçam, é que perdemos mais uma mulher nas mãos de um homem abusador.
Segundo a OMS, durante a quarentena o número de denúncias feitas por mulheres vítimas de violência doméstica aumentou 60%. Se contarmos com aquelas que não denunciaram o seu caso, quanto maior seria esta percentagem? Neste sistema extremamente machista, temos de lutar para a criação de instituições fortes que ajudem mulheres e temos de lutar para que o sistema judicial não privilegie apenas uma parte da sociedade. Temos de apoiar-nos umas às outras e não ignorar quando virmos um caso de abuso, perseguição ou assédio. Neste caso a vítima foi Beatriz Lebre, mas podia ter sido qualquer uma de nós. Sinto ódio, raiva e desprezo por viver numa sociedade onde posso morrer por ter uma vagina no meio das pernas. Chega de descriminação: NEM MAIS UMA!
~Matilde
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