Não se rendam aos porcos!!

“No power so effectually robs the mind of all its powers of acting and reasoning as fear.”~Edmund Burke
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Estamos tão assustados face à pandemia que aceitamos cegamente qualquer medida que surja e que vise o combate à mesma. Não pode ser. Se nos rendermos ao medo, se deixarmos que esse medo nos cegue, abrimos portas ao abuso do poder, às excessivas restrições.
Há pouco tempo li o livro “Animal Farm “de George Orwell. A história passa-se numa quinta da qual os animais expulsaram os humanos, que os escravizavam. Com os humanos fora da quinta, os porcos avançam e começam a controlar o funcionamento da mesma. Os restantes animais obedecem cegamente às ordens dos porcos, o animal mais inteligente, com medo de que se não o fizerem os humanos regressem. No final, os animais acabam por ser mais escravizados pelos porcos do que alguma vez foram pelos humanos.
Esta história serve como um exemplo muito simples para a situação de que falava. Se é verdade que nos devemos mobilizar na luta contra o coronavírus, também é verdade que devemos controlar o nosso medo para que não sejamos vítimas de restrições absurdas e descontroladas.
Pareço um bocado tolo, eu sei. Nesta altura, idealizar um regime ditatorial provocado pela COVID-19 (e tendo como exemplo um grupo de porcos que mandavam numa quinta) talvez pareça a muitos uma ideia absurda. Contudo, todos podemos concordar que esta crise vai ter efeitos drásticos na sociedade. Se pensarmos a longo prazo, o desenvolvimento de um regime menos liberal e mais controlador, mas que permita um combate mais eficaz à pandemia não parece uma realidade assim tão absurda.
Não estou, com este artigo, a incentivar a desobediência às medidas do Estado de Emergência, mas sim a pedir uma certa precaução e a incentivar a reflexão em volta das mesmas.
Em suma, não se rendam aos porcos.
~Zé

Bolsonaro e Mandetta ignoram recomendação de uso de máscara contra  coronavírus - 18/03/2020 - Poder - Folha



Esta imagem é um trecho de um artigo de Clara Ferreira Alves, da sua rubrica Pluma Caprichosa para a Revista Expresso desta semana. Este foi um artigo que li após escrever o meu texto, mas que ilustra exatamente o espírito que acho que devemos evitar. Acho que a alusão a Napoleão foi disparatada e que a autora devia rever melhor quem foi Napoleão e que ações tomou, não devemos incorrer no erro de militarizar a pandemia.

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