Filme: José e Pilar (2010)
"Se puderes olhar, vê. Se puderes ver, repara. "~ José Saramago
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Saramago dispensa apresentações, mas para os mais cegos, José Saramago foi um escritor português, Nobel da Literatura (1988). Deixou-nos grandes obras como "O ensaio sobre a cegueira" (ao qual darei maior destaque nesta publicação), "Memorial do Convento", "O ano da morte de Ricardo Reis", etc...
Neste post irei falar do "ensaio sobre a cegueira", pois foi este livro que me fez apaixonar de vez pelo grande escritor que foi Saramago. O livro acompanhou-me durante todo o mês de Novembro, não é um livro que se leia quando não temos mais nada para fazer, a leitura do mesmo é um trabalho, uma contribuição que fazemos a nós mesmos enquanto seres intelectuais. A obra fala de uma cegueira que se espalha misteriosamente. Durante a cegueira um grupo de pessoas é posta num manicómio abandonado e lá dentro acontece todo o tipo de atrocidades. À medida da leitura fui-me apercebendo que a cegueira só trouxe ao de cima aquilo que o conforto esconde. Não me quero alongar sobre o livro em si, pois quero que o leiam e que se apercebam das coisas sozinhos. Durante toda a leitura tinha um medo irracional de cegar; não sei se por coincidência ou por mero ganho de consciência comecei a ver muitos mais cegos na rua; no fim da leitura percebi que não precisava de ter medo de cegar pois já o era.
Fiz toda a leitura dentro de transportes públicos, o que melhorou muito a leitura, pois, por vezes via as atrocidades que a obra retrata a acontecer à minha frente ou então podia parar para reparar com atenção nas pessoas, garanto vale a pena.
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Saramago dispensa apresentações, mas para os mais cegos, José Saramago foi um escritor português, Nobel da Literatura (1988). Deixou-nos grandes obras como "O ensaio sobre a cegueira" (ao qual darei maior destaque nesta publicação), "Memorial do Convento", "O ano da morte de Ricardo Reis", etc...
Neste post irei falar do "ensaio sobre a cegueira", pois foi este livro que me fez apaixonar de vez pelo grande escritor que foi Saramago. O livro acompanhou-me durante todo o mês de Novembro, não é um livro que se leia quando não temos mais nada para fazer, a leitura do mesmo é um trabalho, uma contribuição que fazemos a nós mesmos enquanto seres intelectuais. A obra fala de uma cegueira que se espalha misteriosamente. Durante a cegueira um grupo de pessoas é posta num manicómio abandonado e lá dentro acontece todo o tipo de atrocidades. À medida da leitura fui-me apercebendo que a cegueira só trouxe ao de cima aquilo que o conforto esconde. Não me quero alongar sobre o livro em si, pois quero que o leiam e que se apercebam das coisas sozinhos. Durante toda a leitura tinha um medo irracional de cegar; não sei se por coincidência ou por mero ganho de consciência comecei a ver muitos mais cegos na rua; no fim da leitura percebi que não precisava de ter medo de cegar pois já o era.
Fiz toda a leitura dentro de transportes públicos, o que melhorou muito a leitura, pois, por vezes via as atrocidades que a obra retrata a acontecer à minha frente ou então podia parar para reparar com atenção nas pessoas, garanto vale a pena.
Rendi-me
a Saramago quando por fim vi o filme "José e Pilar". O filme, realizado
por Miguel Mendes, mostra como a simplicidade é compatível com a
genialidade de Saramago. Temos sempre a ideia formada de que os grandes
artistas têm sempre grandes coisas em mente, mas talvez não, talvez só
estejam a pensar no jogo de cartas que estão ansiosos por fazer e para
mim é na genuinidade que se vê a verdadeira inteligência. só posso
transcrever uma frase: "A pior cegueira é a mental, que faz que com que
não reconheçamos o que temos à frente.". Recomendo a leitura das obras
do grande José Saramago.
Há também um filme da obra, realizado por Fernando Meirelles em 2008.
~Matilde
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